15/06/2014

Sobre situações constrangedoras/ Über peinliche Situationen



Por Albany Estrela Herrmann* 

Olá, meus queridos. Estou aproveitando esta semana de férias aqui na Alemanha e o tempinho livre para escrever de novo no blog. O tema de hoje é, além de divertido, muito interessante para quem nunca passou por estes momentos delicados. 

Muitos de vocês vão se reconhecer neles ou pelo menos rir bastante destes micos que reuni. Falemos então daqueles momentos em que queremos sumir de tanta vergonha, ficar invisíveis, cavar um buraco para entrar e/ou entrar numa máquina do tempo para reverter tudo aquilo:

1 – Uma aluna alemã de intercâmbio que estava no Brasil na universidade que eu estudava foi na padaria comprar pão. A padaria tinha um bar na lateral com um balcão e banquinhos. Um grupo de pagodeiros estava batucando e cantando alegremente quando ela entra na padaria. Até aí tudo bem... 

Ela chega no balcão da padaria e diz: - O senhor tem um “pao” para mim?

Aqui eu tenho que explicar que muitos alemães não conseguem pronunciar vogais nasais, sendo assim o “pão” saiu como “pau”. O vendedor sorrindo e olhando para as curvas da menina disse: - Ô se tenho, minha filha! Ha ha ha ha! 

Os pagodeiros ouvindo aquilo gritaram: 
- Hey, eu também tenho! Eu também! Aqui ó!

Ela voltou para casa sem entender a piadinha. Depois que ela me contou o acontecido eu expliquei que ela tinha pedido outra coisa... Ela morreu de vergonha!

  2 – Sogro alemão de férias na Itália querendo tirar onda que também falava italiano. No restaurante aonde estávamos jantando, ele vê um gato (Katze em alemão).

Ele sorri para o garçom e diz: - Ma que bel cazzo!

O garçom faz uma cara feia e sai.

Eu falo para o sogro: - Você acabou de dizer para ele “que piroca linda”...

3 – Eu trabalhei nas férias na linha de montagem da Daimler quando era estudante. No setor que eu estava tinha muitos estrangeiros, entre eles um turco gente boa. 

Um dia ele me chamou num canto dizendo que tinha conversado com a mulher dele.

Pensei: - Tá, mas e eu kiko (com isso)?

Ele: - Eu perguntei para ela se ela aceitava você como minha segunda esposa e ela aceitou.

Eu: - Como é que é?!?

4 – A pessoa aqui fica um tempão paquerando um gatinho de um curso e  finalmente consegue sair com ele toda ansiosa esperando pelo beijo na porta de despedida. 

O problema é que neste momento o gatinho se revela como uma mutação entre lagarto, vampiro e uma criança que está tomando um sorvete que está derretendo! Eca!

5 – Estava eu indo buscar pão na padaria da minha rua, quando um bêbado me segue falando um monte de coisas podres e incomodando:

 - Se eu te pego de jeito, faço isso, faço aquilo e meto o blá blá blá. 

O cara começou a descrever um cenário nojento e eu segui escutando aquilo até que resolvi me virar, olhar para a cara dele e vomitei com vontade em cima do pé dele dizendo: - Isso é para você aprender a deixar de ser nojento! 

6 – O que fazer quando você está nos finalmentes na cama e o cara, do nada, começa a uivar como um urso que está com o pé preso numa armadilha?

7 – A Albany chega numa festa alemã e é apresentada para a galera. Eu tinha acabado de chegar aqui. A criatura sai dando beijinho no rosto da festa inteira e quando acaba com a beijação dela, repara que simplesmente TODOS estão olhando para ela com cara de chocados. 

Pergunto para meu amigo: - Fiz alguma coisa errada?

Ele: - Sabe o que é... É que aqui eles só apertam a mão!

Eu: - Ai que vergonha!

8 – Sua melhor amiga te pede um “apoio moral” para ir com ela na festa que o paquera dela convidou. 

Ela: - É hoje, mulher! 

Eu: - Bora ver qual é a do cara!

Nos emperequetamos todas e fomos. Chegando lá o “dito cujo” abre a porta no maior sorriso e diz para ela: - Que bom que você veio!!! 

Minha amiga: - Obrigada pelo convite!

Ele manda a gente entrar e logo depois diz:
- Essa é minha namorada a “fulana” - para não dizer o nome.

Neste momento deu para ouvir nitidamente o barulho de vidro quebrado e a cara da minha amiga caindo no chão...

9 – Relembrando o meu post “Coisas que só acontecem comigo” – Declaração de amor bombástica:

Cena: Eu no meu quarto do alojamento. A campainha toca e eu vou atender. Chegando lá dou de cara com um rapaz que tinha conhecido em um churrasco brasileiro.

Ele: - Vamos dar uma volta, porque eu queria muito falar com você?

Eu: - Pode ser. Vamos sim...

O alojamento ficava numa ladeira e nós estávamos descendo ela no embalo...

Ele totalmente sem jeito: - Pensei muito em você depois daquela festa (passos largos descendo o morro). Queria te perguntar (passos largos), se você queria (passos largos, solta um pum involuntário e faz cara de desespero), namorar comigo...

Eu penso: - Coitado! Estava fazendo um esforço medonho para se declarar e na hora h acontece isso!

Falo rindo: - É isso aí, quem não paga aluguel tem que sair!!!


10 – Alemão fazendo compras no Carrefour no Rio. Ele pega um frango e quer perguntar para a mulher que pesa se é possível cortar pela metade. Ele pensa, bem em francês Fricasée > “casée”, logo em português a palavra deve ser “casar”. 

Ele pergunta: - A senhora pode casar o frango para mim? 

Vendedora quase tem um treco de tanto rir...

Fico por aqui desejando a todos um ótimo fim de semana! Albany


* Professora de Português para Estrangeiros na VHS de Stuttgart,  Licenciada em Letras Português e Alemão pela Universidade Federal Fluminense do Rio de Janeiro e Mestre em Filologia Românica pela Eberhard Karls Universität de Tübingen, Alemanha.

09/04/2014

Sobre viver no exterior/Über das Leben im Ausland



Por Albany Estrela Herrmann*


Viver no exterior não é nenhum conto de fadas como muitas pessoas imaginam. Nem todos ficam ricos da noite para o dia só por morar fora. Muito menos é um sinônimo de ganhar na loteria. Morar fora requer empenho e trabalho dobrados.  Aqui vai mais uma listinha que fiz com prós e contras. Vamos começar pelas coisas boas:

Prós

1 – Amadurecimento pessoal. Sem dúvida o fato de sairmos da nossa zona de conforto, do colinho de mamãe, nos obriga a ter que se virar nos trinta. Sempre! 

2 – Aprender a ter que encarar todo tipo de desafio e ser corajosa.

3 – Valorizar muito mais a família que tínhamos ali o tempo todo do nosso lado no Brasil.

4 – Passar a gostar de coisas que achávamos banais/bossais quando morávamos no Brasil. Hoje em dia eu escuto até pagode em casa!!!! 

5 – Tornar-se uma pessoa mais organizada e mais responsável. Não que eu não fosse antes, mais é que aqui na Alemanha sem planejamento e sem organização, não rola simplesmente NADA! Os alemães dizem: - Preciso dormir uns dias e pensar no assunto e amadurecer esta ideia. Nada aqui funciona no esquema “de vez”, tudo tem que “estar maduro” quase que caindo do pé kkk.

6 – A assistência médica é boa, cobrindo inclusive os tratamentos dentários. Delícia! O problema é que os médicos aqui pensam diferente dos brasileiros, mas isso é uma outra estória…

7 – As universidades são ótimas. Um paraíso para as “traças de biblioteca” como eu. Só a universidade de Heidelberg é mais antiga do que o nosso país! Mais antiga que o Brasil!

8 – A gente passa a se contentar e a ficar feliz com pouco. Digo, para quem era cheio de nove horas e frescuras no Brasil, aqui você não tem como manter certos hábitos e acaba por optar pelo método “não tem cão, caça com gato”. E se não tem gato, eu mato no tapa mesmo kkk!

9 – Você percebe que você pode muito mais e é muito mais forte do que pensava. Você cria uma armadura tipo Homem de Ferro e aprende a lutar pelos seus direitos. Aprende a ser informar mais!

10 – Uma vez que você já trabalha e mostra seu potencial, recebe o devido reconhecimento por isto. No meu caso a coisa se potencializa, pois ser professor no Brasil e ser professor na Alemanha são coisas MUITO diversas. Me sinto feliz por escutar de meus alunos que curtem muito as minhas aulas, que prezam muito o que eu falo e que eu mostro para eles uma maneira diferente de ver o próprio idioma. Como eu estudei Alemão, a gente meio que disseca estruturas, faz uma raio-x de costumes e analisa tudo que se fala ou escreve.

Contras

1 – Preconceito por ser estrangeiro: - O que você está fazendo aqui? E quando é que você vai embora?

2 – Recomeçar a vida do zero não é facil não. 

3 – Saudades da casa e da família.

4 – Ter que adaptar-se a um clima frio.

5 – Acostumar-se a ter que comer e beber outras coisas. Com o tempo a gente se acostuma!

6 – Para garantir seu lugar ao sol, você TEM que dominar o idioma fluentemente.

7 – Acostumar-se à cultura que nos parece fria, pelo menos inicialmente

8 – Sofrer como louca para mostrar que você tem cacife sim e pode fazer os trabalhos acadêmicos igual a todo aluno. Não é por ser brasileira que eu necessariamente só sei rebolar e usar biquini!

9 – Para se estabeler e obter o emprego desejado, somos prejudicados, às vezes, quando o selecionador tem pinimas com estrangeiros. O boicote é inevitável e fazer carreira é muito mais difícil do que no Brasil. A qualificação e experiência são quase que standard por aqui. E ao contrário do que muitos pensam, o tal do QI (quem indica), em alemão Vitamina B de Beziehung (connections) é bem comum.

10 – Fazer amigos é bem mais complicado, demorado e raro. A solidão, às vezes nos leva a tentar se aproximar mais de brasileiros. Talvez para sentir mais um pouco do flair tupiniquim, mas pode, também, levar você a entrar numa fria. Infelizmente tem gente de todo tipo no exterior e a gente fica meio que bobinho (em alemão se diz, usando um óculos cor de rosa) e fica meio que otário acreditando e confiando nas pessoas sem “maldar” nada.  Acoooorda!

* Professora de Português para Estrangeiros na VHS de Stuttgart,  Licenciada em Letras Português e Alemão pela Universidade Federal Fluminense do Rio de Janeiro e Mestre em Filologia Românica pela Eberhard Karls Universität de Tübingen, Alemanha.

27/02/2014

Sobre os diferentes tipos de professores - Über die verschiedenen Lehrer-Typen

Por Albany Estrela Herrmann*


Estou de volta, gentem! Saudades de vocês e de escrever um pouco sobre as minhas aventuras. Resolvi fazer um texto sobre o meu trabalho (pelo menos um deles). Espero que gostem! Beijos da Estrela *

Quando trabalhamos com diferentes contextos escolares e, no meu caso, com alunos de diferentes nacionalidades, nos deparamos com algumas situações curiosas. O professor passa a ter que se ocupar com diferentes tipos de alunos e tenta aplicar metodologias paralelas em sala de aula para suprir necessidades específicas. Nem tudo funciona com todo mundo, heis a problemática. Nem todo mundo se identifica com todo método de ensino e nem mesmo todo professor tem “cacife” para trabalhar com todo tipo de metodologia…

No Brasil o ambiente educacional é muito mais descontraído do que aqui na Europa e não há esta distância “Grand Canyon” entre o acadêmico e o aluno, a tábula rasa. As relações são muito mais informais, o que leva o aluno a se sentir totalmente à vontade em sala de aula e com o seu professor. Bem, claro que alguns se sentem à vontade demais, prejudicando o andamento da aula, perdendo o respeito, criando as tais das “asinhas”. 

O problema está em saber dosar as coisas e obter uma mistura de clima descontraído e de respeito para transmitir o conteúdo programado. Eu tento trabalhar assim, mas sei que muita gente prefere o sistema: - Você calado já está errado, garoto! Quem é o professor aqui? 

Aquele lance de colocar o professor no papel de semi-deus grego que detém o saber absoluto e que só ele é o detentor do conhecimento, ainda existe. E como! Aqui na Alemanha muitos alunos têm medo até de fazer perguntas, tremem como vara verde se eu chego perto da cadeira deles, preferem ficar invisíveis em sala de aula (se o escudo invisível um dia vir a existir de verdade, vai ser uma invenção alemã com certeza he he he), não gostam muito de sair do lugar onde estão sentados, atividades em dupla só se for extremamente necessário ou inevitável e só se for com alguém que eles conheçam. Eles são muito, mais muito DETALHISTAS, demais da conta, pra chuchu, à beça, de montão, pacas, pra caramba, à vera, de com força (ufa, desabafei)! Ai de tu, jaburu, se você não domina a sua matéria muito bem! Eles arrancam o teu couro e botam no sol pra secar… 

Se o professor não domina muito bem uma temática, pode crer que o aluno vai chegar em casa e só de raiva vai pesquisar na net TUDO que for possível a este respeito e vai, com certeza, continuar testando seus conhecimentos na próxima aula e perfurando a “ferida com um salzinho maneiro”.  Sadismo germânico...

Ninguém é perfeito e ninguém é obrigado a saber de tudo. Eu nunca tive problemas em responder perguntinhas “cabeludas” inesperadas, fora de contexto, ou sei lá, que não estava esperando num determinado momento. Jogo de cintura e conhecimento não me faltam, além de eu ser chatinha pra caramba. Não admito que ninguém me pegue de surpresa… E isso requer de mim horas extras de estudo e o trabalho de imaginar/potencializar possíveis pepinos. Tô pronta para o que der e vier… Veeeenha!

Se eu não trabalhasse como professora, poderia ser atriz, numa boa, sem problemas. Aliás, o professor executa vários papéis em sala de aula. Ele é multifuncional:

Diplomata – escuta com atenção o que os alunos dizem. Às vezes são as perguntas mais idiotas da face da terra! Todos são (ou devem ser) tratados com respeito e educação. As respostas são compiladas dentro do cérebro, passam pelo estômago e voltam para os lábios a fim de serem devolvidas. Um regugitar, um „input e output“ de conhecimentos. E somos nós que tentamos tirar o melhor proveito das perguntas, transformando, ás vezes, num esforço imenso de reciclar algumas coisas que temos que ouvir por aí nestas salas deste mundão de meu Deus. 

Eu levo TUDO na brincadeira. Minha maior arma é o humor. E a ficha acaba caindo… Algumas delas ainda estão rolando por aí sem rumo he he he :)

Animador e humorista – essa sou eu, claro! Professor falante que adora fazer rir e procura prender a atenção dos alunos com alto astral. 
Eu ando pela sala. Dou respostas inesperadas. Escolho uma vítima e faço uma pergunta de um tema anterior. E a adrenalina da galera vai subindo numa mescla de medo e divertimento… Muitos colocam até as mochilas nos corredores me embarreirando e achando que eu não vou me dar ao trabalho de passar por ali. Ledo engano dos tolinhos… 

Nerd – é o professor que saca muito, é muito inteligente, mas não sabe passar a matéria bem. Parece que ele está dando aula para ele mesmo e todo mundo vai embora falando pelos corredores que viajou na maionese na aula do cara ou que dormiu ou que estava escutando música e etc…

Playboy – este é o professor que usa do status dele para sair pegando geral na escola ou na universidade. Tem muito aluno/a que tem a maior tara por conquistar professor, de sair com um cara mais velho. O solteirão playboy se aproveita disso para jogar a sua rede e não está nem aí com os outros estão pensando. Ele abusa da sala de aula como se estivesse em um site de relacionamentos, sem contar que faixa etária vira, digamos, um pequeno detalhe…Mas vem cá, isso não é proibido? Bem… Vamos abafar o caso…

Preguiçoso – o professor que chega sempre atrasado, não sabe mais o que ele deu na aula anterior, manda a boazuda da sala apagar o quadro, um outro fazer a chamada para ele, um outro ir na cantina buscar um café para ele e deixa todo mundo passar de ano sem que ele tenha feito muita coisa. Eu tive uma professora assim na universidade, mas não vou falar o nome, somente vou dar uma pista pra quem estudou com ela:
- Haaaaalloooooo! Haaaaallooooo!

Desastrado – este professor mal entra na sala e deixa cair os papéis da pasta dele, tropeça no batente, se suja todo com o apagador. Erra o horário e a sala que deveria estar. Começa então finalmente a dar a aula quando percebe que já tinha dado tudo aquilo na semana passada e que ele estava repetindo o conteúdo. Programm error… Putz! Foi mal, hein? Sorriso amarelo sem graça…

Atencioso – pergunta sempre se há dúvidas, se precisam de ajuda, circula pela sala para conferir o rendimento da galera, se dedica ao máximo, mesmo sabendo que o salário ó!!! Na verdade, os alunos ficam com pena dele ou dela, pois sabem que o que se investe em tempo, carinho e cuidado em se preparar as aulas não tem o retorno esperado. Ou pela turma desinteressada ou pelo salário que não cobre nem os custos pelo material diário.

Seja lá qual for o seu tipo enquanto professor ou da sua experiência, p. ex. no papel de aluno, uma coisa é clara, não é qualquer um que pode ser chamado de professor. Saber muito sobre uma coisa não significa de modo algum que você está apto a transmitir este conhecimento. E não é só porque você nasceu naquele país e fala esta língua fluentemente que isso te transforma imediatamente em professor. 

Eu acho o fim da picada, contratar quem não tem a menor noção de didática, prática de ensino, gramática e se nomeia professor/a. No mínimo acho isso surreal, ser comparada com alguém que não sabe o trabalhão que é, sem contar a dedicação, de se cursar uma Licenciatura em Letras. 

Engraçado isso, eu não me nomeio dentista, advogada, engenheira, bióloga (e etc…), mas parece que qualquer um pode se entitular professor… Outro dia ouvi um professor universitário dizer que a mulher dele não tinha estudos, mas experiência. Muitas das coisas que nós professores de carteirinha e registro no MEC temos, nos foi transmitida através dos cursos universitários! Quem me garante que um cara que arranca dentes há vinte anos, sabe mesmo o que ele está fazendo? 

E fica dado o meu recado:
 - Nada contra quem quer trabalhar como professor tipo viúva Porcina “o/a quem foi sem nunca ter sido”, mas que reconheçam, pelo menos, o valor de quem é realmente qualificado.

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E obrigada por visitar meu blog!!!

* Professora de Português para Estrangeiros na VHS de Stuttgart,  Licenciada em Letras Português e Alemão pela Universidade Federal Fluminense do Rio de Janeiro e Mestre em Filologia Românica pela Eberhard Karls Universität de Tübingen, Alemanha.