19/03/2017

Desagradável / Unangenehm



Por Albany Estrela Herrmann*

As emoções desagradáveis podem ser despertadas por meios diversos: coisas, pessoas, situações. Elas servem de alerta mostrando que existem coisas em nossas vidas que devem ser reavaliadas, mudadas ou simplesmente esquecidas. Devemos tomar consciência e considerar o que se passa no nosso interior, refletindo sobre tudo aquilo que não nos faz bem.

Quando alguém fere seus sentimentos, você se sente mal. Você está ferido e mercado para sempre! Algumas pessoas se sentem inseguras. Outras ignoram o ocorrido. Reconheça que este problema é bem maior do que parece ser! Por um lado é você que deixa que isso aconteça e por outro lado é a pessoa que te ataca desta forma. 

Essas pessoas dão sinais e repetem padrões, mas a gente continua aceitando em dias melhores. Não conseguimos aceitar a traição de alguém que só demos amor e atenção! Uma pessoa que tem esta necessidade mórbida de ferir os outros, é com certeza, alguém que não é querida pelo meio aonde vive. Às vezes isso ocorre por pura inveja, por maldade ou por falta de caráter, pois afinal de contas, nascemos com ele:
-       
  É de pequeno que se torce o pepino! 
a      Was Hänschen nicht lernt, lernt Hans nimmermehr

á Convivi com a dor de amar e receber só ódio, inveja e rancor de volta. Ninguém merece pagar pelas neues e complexos alheios... 
- Vem à tona, torna-se óbvio que é chegado o momento de reavaliação: moral, sentimental, comportamental e educacional. Ninguém está autorizado a ferir alguém e fica por isso mesmo! Isso não é uma atitude saudável, e nem a de se „varrer a sujeira para debaixo do tapete“, escondendo, ignorando e abafando o assunto. Temos sim que entender o que se passa dentro de nós. O „desagradável“ nada mais é do que uma mensagem de alarme para que você comece a se dar o devido valor, abrindo espaço para a clareza de espírito e para o equilíbrio emocional.

Existem, para casos extremos, as terapias TCC (Terapias Cognitivo-Comportamental) que visam lidar com este tipo de problema com crianças. Já no caso adulto, aí o processo é bem mais demorado e difícil de ser contornado. Lembranças dolorosas não podem ser apagadas. Fato! Mas podemos substitui-las por boas como que num ritual de liberação! Eu costumava fazer isso no alojamento universitário aonde morei. Jogar fora coisas e com elas as memórias ruins de pessoas nocivas na minha vida. Minha amiga Tânia participou várias vezes deste meu ritual kkkkkk que eu cultivo até hoje!
Desagradável...

A nossa qualidade de vida é primordial! Que tal procurar gerir este estresse físico e mental de maneira produtiva? Seguem meus exemplos de „armadilhas negativas“:

1 – Falar é bom. Calar-se é melhor
Sabe aquela pessoa que acha que pode se meter na sua vida e ficar dando palpites sem ser solicitada? Diga que isto te incomoda!

2 – Ter amizades significa cultivar pessoas em sua vida
Um amigo não é uma pessoa que permanece na sua vida para te fazer mal. Um amigo não te fere. Um amigo não te ataca!
Às vezes podem até ser coisas simples como quando um amigo que você não vê há muito tempo diz:
-         Você está gordinha, hein? – ninguém gosta de ouvir isso!

Ou ainda pior, se o seu parceiro fala isso na hora do bem bom na cama! 
Barulho de vidro quebrado e do Coiote caindo no despenhadeiroooooooooooo … pow!

3 – Fofocas ou mulher vulgar
Isso aconteceu comigo quando eu estava dentro do ônibus indo para à universidade. Uma brasileira se aproximou de mim (reconheceu logo que eu também era brasileira), sentou do meu lado e começou a me contar TUDO que o marido dela gostava e não gostava na cama. Eu fiquei totalmente sem-graça e nem sabia o que dizer. Limitei-me a sorrir sem jeito e rezar para que aquela criatura descesse logo do ônibus. Socorro!

4 – Pessoa negativa que só sabe reclamar da vida
Todos nós temos problemas na vida. Fazer disso uma competição sobre quem sofre mais e qual desgraça é a pior, é ridículo!

5 – Pessoa folgada e cara de pau
Já comentei isso em um post anterior „Sobre viver no exterior“:
-         Ae, tu não trouxe uns tenisinhos de presente pros amigos, não? – Esse cara está confundindo Paraguay com Alemanha he he he.

6 – Pessoa que não se olha no espelho e nem para sua própria vida e vive criticando os outros. Mente patologicamente! Ninguém é perfeito! Estamos longe de ser! E quem se acha bom demais a ponto de sair por aí espalhando „virtudes“, deve se auto-avaliar primeiro.

7 – Pessoa infeliz, sem brilho, sem vida própria e que imita tudo que os outros fazem: roupas, objetos, até palavras, atitudes. Quer ser notada, desejada e querida e tem inveja de sua alma! Gostaria de ser você e como não pode, contenta-se em sabotar a sua felicidade.

8 – Você jamais vai conseguir isso...
Pessoa que tem prazer em destruir seus sonhos, colocar você para baixo e semear negatividade por onde passa. Um vampiro que vive de engolir e aniquilar a felicidade alheia. Afaste-se dela! 

9 – Eu te disse! Eu te disse! Eu te disse!
Essa frase só faz piorar as coisas! Ela deixa você mais irritado ainda! Um amigo de verdade deve te dar apoio e não pisar em cima quando você já está no chão.

10 – E por último, quando você mesmo é o portador de uma notícia desagradável do tipo: - Você está reprovado!
Ou ainda, alguém mente para outra pessoa descaradamente na sua frente e você sabe que é tudo mentira. Você chama a pessoa num cantinho e fala a respeito ou ignora?


Livre-se de tudo que pode te despertar uma lembrança negativa e/ou dolorosa. Jogue fora tudo que não te faz bem e que não acrescenta nada em sua vida. Leia um livro, arranje um hobby, saia com amigos ou faça novos, estude algo novo, assista a um filme, pratique esporte, enfim, ocupe-se! Um dia o desagradável acaba evaporando e desaparece para nunca mais voltar! #Fica a dica!

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E obrigada por visitar meu blog!!!



* Professora de Alemão  (Deutsch als Fremdsprache DAF, com certificado do MEC Ministério Alemão - BAMF-Zulassung)  
Professora de Português para Estrangeiros, PLE na Universidade de Tübingen 
Licenciada em Letras Português e Alemão, Universidade Federal Fluminense, RJ  
Mestre em Filologia Românica pela Eberhard Karls Universität de Tübingen e
Doutoranda em Translation Studies


15/03/2017

Até que ponto se chega / So weit kommt es doch



Por Albany Estrela Herrmann*


O amor é cego? Dizem por aí. Será que é mesmo? Até onde vai o limite que podemos chegar para estar ao lado da pessoa amada? Ah, essas são as famosas loucuras de amor, dizem muitos. É deixar o orgulho de lado e passar a funcionar somente no modo emoção? Amar é sofrer? De uma certa forma sim, pois o amor é uma entrega total que nos deixa vulneráveis e expostos.
Em primeiro lugar deve-se identificar se o que sentimos é realmente amor. Costumamos confundir solidão, dependência psicológica, puro costume e acomodação, com amor. Está longe de ser! Não se faz necessário justificar o amor. Ou ele está aí ou não está!

É comum adiar decisões, fingir para si mesmo que está tudo bem e dizer para si mesmo que não está tão ruim assim. Coisas do tipo „ruim com ele, muito pior sem ele“. Tolerar certas coisas a longo prazo por puro medo de ficar sozinho, não se permitir ser feliz, aceitar e se conformar vivendo de forma passiva este processo interior de harakiri emocional, apenas vai prolongar o aceite de uma realidade falida. Este processo de cair na real e saber o que te faz feliz, demora! Muitos preferem viver no vazio, desprezado, maltratado, carente, isolado e se anulam com o tempo por completo. Resignação total!

Eu acho que acima de tudo devemos verbalizar os nossos desejos, os nossos problemas e as nossas necessidades. Porém, existem momentos na vida em que chegamos no final da estrada e o melhor a fazer é nada mais, nada menos, do que „refazer a rota“. Sei que é um processo deveras complicado e que requer muita coragem... Normalmente e por comodismo, deixamos as coisas assim como estão. Ou pela casa confortável. Ou pelo emocional dos filhos. Ou até pela situação financeira que também faz parte... 

E um dia chega aquele momento em que o dito „amor da sua vida“ passa a mastigar igual a um cavalo na mesa, ele levanta de manhã peidando e coçando o saco (você antes achava isso lindo e normal!) e quando ele abre a boca você pensa: - Mas que diarreia verbal! (So ein verbales Durchfall!) ou você tem a vontade de sair correndo e fazer igual ao Rei Édipo e furar os próprios olhos com um broche para não ter que ver aquilo diariamente kkkk.Tudo bem, tudo bem. Eu sou exagerada, eu sei! Mas vocês têm que admitir que nada mais sobrevive quando se chega a este ponto! É melhor agir como naquele ditado alemão „melhor ter um fim triste, do que uma tristeza sem fim“ (besser ein Ende mit Schrecken als ein Schrecken ohne Ende). 

Todas as borboletas no seu estômago morreram? Se você está triste, insatisfeito ou decepcionado, vá à luta! Admita acima de tudo que o seu atual relacionamento se tornou disfuncional! Segue agora uma listagem de sinais de que o fim está próximo ou que você precisa reprogramar e repaginar a sua relação:

1 – Você se agarra ao que não corresponde exatamente à realidade? Vive de aparências? Todos pensam que vocês formam um casal 20, mas na verdade não rola mais nada há um tempão? Ou você acredita em qualquer coisa só pra fugir da sua vidinha sem graça?

2 – A falta de reciprocidade é comum. Um ama mais do que o outro ou o outro nem ama mais. Só está ali de corpo presente, nada mais. 

3 – Desrespeito com relação ao seu parceiro ou parceira. Verbal ou físico. Mulher que é xingada e apanha, mas continua em casa. Eu não sei viver sem ele… Sabe SIM!

4 – Aceitar os defeitos do outro não significa necessariamente engolir qualquer disparate e aceitar qualquer coisa… Ouvi de uma mulher que o namorado dela tinha ganhado um vale-motel no valor de cem Reais. A conta deu 170 e ele mandou ela pagar os 70! Peraí!!! Pára tudo! Pára tudo! Primeiro que vale-motel já me fez cair no chão de tanto rir e depois ainda mandar ela completar a conta para dormir com ele? Além de ser miserável e pão-duro, ainda é deselegante! Tem que estar muito desesperada da vida para aceitar uma vergonha dessas!

5 – Viver refém das próprias carências é um certo mecanismo de defesa, principalmente da mulher que espera um dia encontrar aquele príncipe encantado que vai matar o dragão e salvá-la. A esperança nunca morre. Será?

6 – O amor que te sufoca e a pessoa deixa de viver a própria vida e vive a do outro. Isso não é amor. O nome disso é obsessão! A máxima „penso, logo existo“ significa, entre outras coisas, pensar em mim!!!

7 – A falta de coragem para recomeçar e de declarar o término de uma relação é comum, mas não é o fim do mundo! Reconstruir uma realidade que vai te fazer feliz de verdade é a sua maior recompensa! Pense bem: - Faz ou não faz sentido continuar com isso?

8 – Viramos amigos ou irmãos. Então está mais do que na hora de se repensar a situação. Ou uma guinada drástica ou uma conversa franca. Pronto!

9 – A falta de interesse sexual ao ponto de nem se sentir mais falta disso, não é normal! Não mesmo!

10 – Sentir falta daquele agrado, das conversas descontraídas, do carinho sem motivo e sem hora e preferir passar a ficar sozinho e a „viver uma vida separada só que junto“? E tem que ser assim? As brigas constantes e a total falta de comunicação são os maiores indícios de que o fim está próximo ou alguma coisa precisa ser feita urgentemente!

Se vocês nunca conversaram abertamente sobre tudo isso, agora está na hora! Avalie se seu par e você ainda têm objetivos, interesses e sentimentos em comum e se a sintonia de outrora pode ser resgatada, recriada ou se ela não existe mais. Identifique tudo que você procura e tudo que seu parceiro/a significa para você e acrescenta na sua vida. Esta é a opção mais saudável! # Fica a dica!

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* Professora de Alemão  (Deutsch als Fremdsprache DAF
certificado do MEC Ministério Alemão - BAMF-Zulassung)  
Professora de Português para Estrangeiros, PLE na Universidade de Tübingen 
Licenciada em Letras Português e Alemão, Universidade Federal Fluminense RJ  
Mestre em Filologia Românica pela Eberhard Karls Universität de Tübingen e
Doutoranda em Translation Studies